O ensino superior no país passa por um processo de profundo sucateamento e privatização, determinados por uma política de educação que se concretiza no projeto de reforma universitária do governo Lula.
Diante dessa conjuntura, o movimento estudantil nacional tem se colocado à frente de diversas mobilizações em defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade.O movimento estudantil da UFES está inserido neste contexto, uma vez que a realidade da nossa universidade também se pauta por uma concepção de educação excludente, segregadora e desigual .
No último dia 15, ocupamos o prédio da reitoria como forma de reivindicação das demandas dos estudantes no que diz respeito a uma política efetiva de assistência estudantil, à democratização dos espaços da universidade e à não implementação do projeto de reforma universitária. Nos primeiros três dias de ocupação construímos uma pauta de reivindicação que foi entregue ao reitor Rubens Rasseli juntamente com a solicitação de uma audiência pública.
Os estudantes aguardaram uma resposta da reitoria em relação à pauta de reivindicações apresentada. Após a audiência com o reitor ocorrida no dia 18, o movimento OcupaUFES deliberou em assembléia geral a permanência da ocupação, entendendo que o reitor não trouxe respostas satisfatórias as demandas colocadas. A partir das declarações dadas pelo próprio reitor, fica clara a tentativa de omissão do gestor da universidade em relação à política educacional implementada na UFES. Tal responsabilidade é delegada, por exemplo, aos conselhos superiores, como se estes espaços – presididos pelo reitor – funcionassem de forma isolada e autônoma, sem qualquer influência da administração central. Durante a sua fala, o reitor não se manifestou de maneira objetiva e concreta frente ao manifesto, se abstendo das pautas centrais do movimento. Apesar de apresentar-se aberto ao diálogo, o reitor novamente demonstrou a falta de comprometimento para com os problemas da comunidade acadêmica. Mesmo tendo recebido a pauta de reivindicação antecipadamente, não houve sequer a apresentação de uma contraproposta aos pontos de pauta; pelo contrário, sua fala foi marcada pelo improviso e superficialidade.
Dessa forma, exigimos que a reitoria reabra as negociações com o movimento e apresente respostas concretas às nossas reivindicações. Aguardamos não apenas medidas imediatas mas também um comprometimento político da administração às questões apresentadas no nosso manifesto. Este comprometimento diz respeito não somente a questões específicas, mas a uma concepção de educação baseada no tripé ensino, pesquisa e extensão, que atenda as demandas da sociedade e apresente respostas as suas contradições.
Movimento Estudantil
Reitoria da Ufes, 21 de junho de 2007.